7 de ago. de 2012

Parabéns Caetano!

Hoje iremos começar o dia homenageando um dos mais importantes nomes da Música Popular Brasileira e um dos pais do Tropicalismo que está completando 70 anos de sucesso tanto na vida pessoal, quanto profissional.

 

Como definir esse monstro da MPB, com capacidade camaleônica de se apoderar de quase qualquer gênero musical, reinventá-lo – de reinventar-se? Na tentativa de torná-lo mais palpável, a crítica musical norte-americana o compara a Bob Dylan ou Paul Simon, o New York Times declara-o "Poeta Laureado inoficial" do Brasil.



Caetano Emanuel Vianna Telles Velloso nasceu no dia 7 de agosto de 1942, em Santo Amaro da Purificação, pequena cidade do Recôncavo Baiano, próxima de Salvador. 

Desde menino, demonstrou interesse pela música, pintura e depois pelo cinema. Tirava de ouvido canções aprendidas no rádio e pintava a óleo, a princípio paisagens e casarios, e mais tarde abstrações. Em 1952, gravou "Feitiço da Vila" (Vadico e Noel Rosa) e "Mãezinha querida" (Getúlio Macedo e Lourival Faissal).

Em 1959, conheceu o trabalho de João Gilberto através do LP "Chega de saudade", apresentado por um amigo do ginásio. Este seria o músico que mais influenciaria sua trajetória artística: "No João, parece que é tudo mais justo, necessário: melodia, as vogais, as consoantes, os sentimentos, o respeito por aquela forma, que ele reconheceu ali, o jeito daquelas coisas se expressarem esteticamente. João traduz a canção."  

Entre os anos de 1960 e 1962, escreveu críticas de cinema para o "Diário de Notícias". Neste mesmo período, aprendeu a tocar violão e cantou com a irmã Maria Bethânia em bares de Salvador. Ingressou na Faculdade de Filosofia, da Universidade Federal da Bahia, em 1963 nesse mesmo ano, conheceu Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé. Casou-se, em 21 de novembro de 1967, com a baiana Dedé Gadelha e seu primeiro filho nasceu no dia 22 de novembro de 1972, Moreno Veloso, logo depois, no dia 7 de janeiro de 1979, nasceu Júlia, que morreu dias depois.

Caetano e o conterrâneo Gilberto Gil esgotaram a paciência da ditadura militar e depois de ter várias de suas músicas censuradas e proibidas, os dois foram detidos, tiveram a cabeça raspada, acusados de subversão, desrespeito ao hino e à bandeira nacional.

A terra do AI-5 está tenebrosa para artistas de espírito crítico ou meramente "irreverentes". Acompanhados das esposas, os baianos pegam o avião para Londres, no mesmo ano em que Chico Buarque se auto exilava na Itália. 

 
Caetano Veloso não era um novato das telas. Na produção Tabu, de 1982, incorporara o compositor Lamartine Babo; em Os Sermões – A história de Antônio Vieira, de 1989, fora o poeta colonial Gregório de Matos – ambos, filmes de Júlio Bressane. Em 1983 fizera também uma aparição em O Rei da Vela, do selvagem diretor paulista José Celso Martinez Corrêa.

Tratava-se da adaptação cinematográfica da peça homônima de Oswald de Andrade, o próprio mentor do Movimento Antropofágico. Coincidência ou não, exatamente dez anos mais tarde Caetano se reuniria a Gil no CD Tropicália 2. Embora detratores diagnosticassem mero oportunismo, uma coisa pelo menos está registrada nos vídeos dos shows: a dupla baiana se divertiu demais com esse revival.

A canção Língua já aparecera em Cinema falado – mais uma incursão do veterano da MPB ao mundo do cinema, dessa vez também como roteirista e diretor.

Felizmente, essa rota é também ampla e generosa, dando espaço a variadas combinações, sinergias, parcerias. Espécie de patriarca, ele não cessa de apadrinhar os músicos iniciantes em que acredita – seja Virgínia Rodrigues, Chico César, Maria Gadú – nem de resgatar, da ignorância generalizada e do esquecimento, veteranos como Clementina de Jesus ou Elza Soares.




1965 - Cavaleiro/Samba em Paz
1967 - Domingo
1968 - Caetano Veloso
1969 - Tropicália
1969 - Caetano Veloso
1971 - Caetano Veloso
1972 - Transa
1972 - Barra 69
1972 - Caetano e Chico Juntos e Ao Vivo
1973 - Araçá Azul
1974 - Temporada de Verão
1975 - Joia
1975 - Qualquer Coisa
1976 - Doces Bárbaros
1977 - Bicho
1977 - Muitos Carnavais
1978 - Muito - Dentro da Estrela Azulada
1978 - Maria Bethânia e Caetano Veloso ao Vivo
1979 - Cinema Transcendental
1981 - Outras Palavras
1982 - Cores, Nomes
1983 - Uns
1984 - Velô
1986 - Totalmente Demais
1986 - Caetano Veloso
1986 - Caetano Veloso
1987 - Caetano Veloso
1989 - Estrangeiro
1990 - Sem Lenço Sem Documento - O Melhor de Caetano Veloso
1991 - Circuladô
1992 - Circuladô Ao vivo
1993 - Tropicália 2
1994 - Fina Estampa
1995 - Fina Estampa ao Vivo
1997 - Livro
1998 - Preda Minha
1999 - Omaggio a Federico e Giulieta ao Vivo
2000 - Noites do Norte
2000 - A Bossa de Caetano
2001 - Noites do Norte ao Vivo
2002 - Eu Não Peço Desculpa
2004 - A Foreign Sound
2006 -
2007 - Cê Ao Vivo
2008 - Roberto Carlos e Caetano Veloso e a música de Tom Jobim
2009 - Zii e Zie
2011 - MTV Ao Vivo - Zii e Zie
2011 - Caetano Veloso E Maria Gadú - Multishow Ao Vivo

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