16 de out. de 2012

Conhecendo Sara Maia

Durante toda nossa trajetória conhecemos vários profissionais de vários segmentos e sempre que podemos indicamos seus trabalhos. Hoje iremos abrir um espaço para mostrar o trabalho de uma fotojornalista talentosissíma chamada Sara Maia, iremos falar um pouco da história dela e expor algumas fotos feita pela mesma.

Sara trabalha a quase dois anos como fotojornalista no jornal O Povo. Ela diz que a maior parte de tudo o que aprendeu sobre a profissão deve aos seus colegas de trabalho e à sua curiosidade, que levou a conhecer outros fotógrafos através dos livros
 e da internet.

É formada em Publicidade e Propaganda, mas exerceu pouco a profissão. Trabalhou em uma agência de publicidade e numa Produtora de Filmes, produzindo comercias de TV. Depois de um tempo, criou coragem pra encarar como trabalho o que já tinha como hobby apaixonado, fotografar. 
Começou com pequenos trabalhos, eventos de família, principalmente. 

Até que no carnaval de 2010, trabalhou como freelancer no jornal e também foi chamada nas eleições do mesmo ano. Logo depois, conseguiu preencher uma vaga como contratada no jornal. 

"Eu sabia que eles estavam investindo em mim. Eu tinha pouca experiência, precisava aprender rapidamente. Meu chefe, Fco Fontenele, sempre me lembrava que o primeiro passo era conhecer muito bem o meu equipamento. Assim, quando eu estivesse numa pauta, teria mais segurança pra concretizar o que o meu olhar me pedia. Concentrava-me na luz, na composição, no melhor ângulo, no melhor momento. Tentando acertar, errei muitas vezes e ainda erro, claro. E eles são melhores mestres que os acertos." diz Sara. 
 

À nosso convite Sara selecionou alguns recorte de pautas que um 
fotojornalista pode encontrar diariamente. Uma miscelânea de situações sobre a qual tentam lançar seus olhares que informa, mas que também instiga e emociona.
Sara explicará um pouco sobre cada imagem em sua legenda.

"Como mostrar de forma diferente um lugar que você e o espectador já conhecem tão bem? O jornal precisava de uma foto que caracteriza se a cidade, mas sem esquecer das pessoas. Me pediram pra tentar algo diferente na Praça do Ferreira. Essa foi uma das que mais gostei, apesar de não ter sido a publicada."
"Você passa a conhecer realidades bem distintas quando se trabalha no jornal. A senhora que chora é Dona Alcidéia, mãe de 25 filhos, cuidadora de 13 netos, que mora nos pés do lixão do Jangurussu. Pautas assim são delicadas, mas acontecem com frequência no seu trabalho. Mesmo não sendo eu que vou escrever a matéria, converso com as pessoas. Tento entrar na história, até porque isso é fundamental pra construir a imagem. Dona Alcidéia me convidou pra entrar em sua casa construída com vários pedaços de madeira e eu fui perguntando sobre sua vida. Enquanto ela ia falando, de vez em quando eu fotografava. Você sai de uma pauta assim esperando que a matéria ajude de alguma forma a vida daquelas pessoas, mas sabemos que certas coisas são bem difíceis de mudar."
"É recorrente no trabalho do fotojornalista a cobertura de muitas inaugurações de espaços públicos. Mais do que fotografar a solenidade com os políticos, mais do que fazer uma bela foto do lugar em si, é importante captar as pessoas que vão usufruir desse espaço. Esta foi feita no Mirante Rosa dos Ventos, que fica na Vila do Mar, no bairro Pirambu."
"Aos domingos, no Passeio Público, enquanto acontecia contação de história pra crianças, percebi que uma menina deu um selinho na boca de um menino. Não consegui capturar a imagem do primeiro, mas fiquei na espera, torcendo por outro. Quando ele veio, não veio sozinho. A mãe que estava do lado, com sua filha, também a beijou no mesmo segundo. Sorte minha."
"A imagem pode se relacionar com o imaginário do leitor de outras formas, além da que se deseja para a matéria. Eu gosto desta justamente porque pode se relacionar de forma polêmica com a figura do ditador Hitler. Na ocasião, o governador ministrava aula inaugural do curso de formação dos aprovados no concurso para Polícia Militar, Civil e da Perícia Forense."
"Pra mim, o grande desafio ao retratar alguém é deixá-lo à vontade com o fato de estar sendo clicado, principalmente naqueles retratos que pedem naturalidade. Essa fotografia fez parte de uma reportagem sobre a vida de africanos em Fortaleza."
"Famoso ou não, às vezes, o retratado está disposto a te dar sugestões de poses. Acho ótimo quando isso acontece, porque ele se conhece melhor que eu e a pose não será impessoal. Este é o Sergei e foi ele que sugeriu tirar um dos seus all star surrados e segurá-lo como forma de lembrar a rebeldia roqueira que já foi ligada à marca."
"Por mais desagradáveis que possam ser, as pautas de polícia fazem parte da vida do fotojornalista. A orientação que temos lá no jornal O Povo é de não explorar o corpo da vítima. Nesse caso, a poça de água ao lado do corpo do homem assassinado a tiros captou o reflexo dos curiosos que se agrupavam perto da fita de contenção da polícia."
"As viagens são chances de fotografar realidades distintas das que costumamos ver todos os dias na cidade. Todos os anos o jornal costuma enviar uma equipe para Juazeiro do Norte durante as festividades da padroeira da cidade, Nossa Senhora das Dores. Carros, ônibus e paus de arara vêm de diversas cidades da região, lotados de romeiros."
"No município de Amontada, na localidade de Santo Aleijo, encontramos a dona Maria das Dores e sua filha, Luzinete, aprontando a carroça para ir buscar água no rio mais próximo, na companhia de João, 2 anos. Pedi para ir junto com eles e fiz essa foto, ajoelhada em cima da carroça."
Lindo não é meninas? A Sara tem realmente um olhar espetacular para o que acontece em seu redor, inclusive, foi ela que bateu as fotos para a matéria da Conchita, reveja aqui, para o Jornal O Povo.
Sara admiramos muito o seu olhar e agradecemos por ter nós permitido mostrar um pouco sobre o seu trabalho. Toda a equipe Conchita lhe deseja muito sucesso!





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